Essa é a postagem de #2 para o Desafio do Live Your Legend de incentivo à criação de blogs, leia mais sobre aqui. Olá pessoal! Bom para o post de hoje (depois de diversos problemas técnicos - apagar por engano e ter que reescrever mais de uma vez) eu já possuía uma ideia do que escrever, porém o desafio consistia em também receber por uma semana sugestões de temas e dicas para nos manter inspirados a continuar escrevendo e mantendo o blog. Sendo assim meu tema era: "A epidemia da falta de tempo." E a sugestão deles: "What really makes you angry about the world?" - O que no mundo realmente te deixa com raiva? Na hora eu pensei como isso seria um desafio, pois falar de raiva ou com raiva é perigoso, porque você pode se deixar levar pelo sentimento e falar besteira, na maior partes das vezes. Mas se fosse fácil, não seria um desafio não é mesmo? E como eu adoro complicar (ops hahaha), vou tentar tratar dos dois assuntos (sem escrever um livro hahaha), então vamos la. Tempo x Raiva A falta de tempo me veio à mente justamente como uma preocupação minha em relação ao blog e ao fato de eu ter medo de isso me forçar a abandoná-lo. Bom, todos nós temos um momento na vida em que precisamos fazer escolhas e ter prioridades, mas eu quero muito conseguir sustentar esse espaço como uma de minhas prioridades por algum tempo. De qualquer forma depois de pensar nisso, eu comecei a refletir sobre os "ensinamentos" do Live Your Legend (LYL), de como damos desculpas e motivos para não reconhecer ou enfrentar nossos medos, e então eu conclui que eu não possuo pouco tempo nos meus dias, eu possuo pouca organização, ou pouca motivação, ou pouca energia, ou pouco descanso, ou pouca diversão, ou pouco carinho, ou tudo junto, etc! Se não ficou claro, explico, no momento eu trabalho em horário comercial, isto é seg. a sex por 8h/dia, não tenho filhos, só um cachorro e compartilho minha casa com meus pais e irmão, então eu não preciso fazer tanta faxina, não sou exclusivamente responsável pelo bem-estar de ninguém (fora do trabalho), e não faço turnos de 24h trabalhando direto, então olhando de longe deveria ser fichinha não é mesmo? E eu também pensava que seria (quando entrei nesse emprego), pensava que poderia sair com amigos e resolver coisas depois do trabalho, ler livros, estudar, fazer trabalhos científicos, me exercitar. Porém o "buraco" é bem mais embaixo, pois tudo depende de como eu acordei naquele dia, se cheguei no horário ou me atrasei, se o plantão transcorreu bem, se houve algum desentendimento com colega ou paciente/acompanhante, se houve alguma perda na unidade, se em casa as coisas estão difíceis, se eu estou de TPM (aos homens e 'mulheres sortudas' de plantão, SIM ela existe, e eu tenho, aceitem, porque eu ainda não aceito) Enquanto isso na sua cabeça, diz: "E dai? Essa é sua vida, não a minha... Eu faço 12h em três empregos diferentes, tenho dois filhos pequenos, marido/esposa, ex-marido/esposa e amante, animal de estimação, um familiar acamado, comecei faculdade e ainda saio nos fim de semanas, encontro os amigos, faço trabalho voluntário, vou a academia e me alimento de maneira saudável" - UFA! Sabe o que é essa lista sem fim ai em cima? Padrões de auto-cobrança, cobrança que fazemos em nós ou que recebemos da sociedade, esse é o ser humano ideal, aquele que se mata de trabalhar e estudar, forma uma família perfeita e feliz e ainda se mantem jovial e divertido. Provavelmente vocês já perceberam, mas eu vou dizer com todas as letras: ESSE SER HUMANO NÃO EXISTE! Se existisse não seria humano... (e nem boa coisa) Ai chegamos ao ponto que vocês estão procurando em que parágrafo vou falar da raiva, pois bem é aqui e agora. Se fosse falar do que me dá mais raiva no mundo, eu teria que criar outro blog hahahahaha, então vamos continuar no raciocínio. Esses padrões diversos, essa vida frenética, essa falta de prioridades, essa busca pelo impossível, nos faz infelizes, nos deixa com RAIVA. Raiva de quem nos cobra tudo isso, raiva de nós mesmos por não conseguir cumpri-los, raiva de não ter tempo para fazer o que realmente gostaria (porque a vida seguiu esse curso ou porque você foi levado pela tsunami de planos que a sociedade faz por você). Bom meus queridos, aonde eu quero chegar é que, o mundo está em uma onda negativa de pensamentos (não de acontecimentos), pois nesse ritmo frenético nós não temos tempo de olhar os detalhes, de perceber os pontos positivos, de ser grato pelo que possuímos, de procurar e encontrar o que há de bom na vida, é como se as coisas boas fossem escritas em cinza e as coisas ruins em neon. "Ah isso tudo é balela, teoria, bla, bla, bla", certo e me explique porque então quem medita, quem faz yoga, quem vive no campo, quem tem apenas um emprego, porque estas pessoas são (geralmente) mais felizes? E em uma vida acelerada a gente vai ficando desanimado, desacreditado, apático? E a consequência dessa apatia, dessa falta de sintonia é não conseguirmos passar bons sentimentos e o que mais transparece, o que se evidência é a raiva. Na enfermagem
Agora imagine isso no mundo hospitalar, onde vemos pessoas entre a vida e a morte todo dia (mesmo em uma maternidade, a vida não é sempre bonita), onde o salário não é lá essas coisas e você precisa de mais horas de trabalho para preencher a renda, onde a equipe nem sempre tem o número de funcionários suficiente e quando tem eles podem estar afastados, de férias ou faltarem por motivos pessoais e isso sobrecarrega quem ficou no plantão, onde quem mais precisa de nós está na pior sintonia, pois o corpo grita por ajuda. Difícil não é? Mas entre dias bons e ruins, nós vamos seguindo, nem tem muita explicação, é uma sequencia de coisas que nos desanimam e coisas que nos enaltecem, que evitam a desistência (um dia menciono os acontecimentos que me fazem/fizeram/farão ficar). Então, da minha humilde visão e conclusão eu digo que: para sair desse ciclo vicioso, nós poderíamos tentar nos apoiar mais e nos cobrarmos menos, e mesmo assim nos mantermos em continua vigilância de nosso atos. Porque não começar por dar um bom dia sincero? Ouvir aquela angustia por mais 30 seg.? Se oferecer para ajudar um colega? Pedir ajuda? Evitar falar sem pensar? Enfim, poderíamos pensar em milhares de coisas nas quais podemos aprimorar em nós mesmos para facilitar a nossa vida, os nossos dias e principalmente o dia dos outros. Bom já me estendi mais do que queria, gostaria de ouvir a opinião de vocês também (se já houver alguém por ai hahahah). Até a próxima!. Pois isso é tudo pessoal! Ass. A Enfermeira Os comentários estão fechados.
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A EnfermeiraBrasileira, recém formada, ama a profissão, mas ainda está se adaptando aos desafios e aprendizados. ArquivosCategorias
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